O inferno astral de Arouca e Santos FC

Arouca está muito próximo de sair, após o Peixe atrasar parte de seus salários.

Arouca chegou ao Peixe em 2010, no decorrer do Paulistão, em negociação com o São Paulo envolvendo a troca de Rodrigo Souto pelo volante das tranças. Chegou com desconfiança por parte da nação Santista, afinal não demonstrou no São Paulo o futebol da época das Laranjeiras, no Fluminense. Aos poucos, ganhou espaço no meio campo, com muita dedicação, marcação e raça. Tem na bagagem títulos importantes como a Libertadores, em 2011.

Conquistou o respeito e admiração do torcedor, tornado-se mais um dos postulantes da consagrada nomeação de "ídolo". Portanto, em janeiro de 2015, o volante processa o Peixe, cobrando os salários atrasados e outras pendências... Quebrou-se a corrente de ouro: do amor á raiva, da admiração á deterioração, do respeito ao desgosto, do céu ao inferno...

Talvez seja um dos poucos torcedores que não mudou o sentimento positivo por ele. Se vai jogar no Palmeiras? Invejo a todos Palmeirenses, pois terão no elenco um dos melhores volantes que já assisti. Se ano passado Arouca garantiu não por o Santos na justiça, e no ano seguinte descumpriu... Todos têm limites. Fiquei magoado com a falta de palavra? Bastante, mas repito: há limites!

Levantar cedo, treinar pesado, desgastar o corpo em uma competição com calendário confuso, liderar o time, correr em campo, ser homem de família, aguentar pressão da mídia e torcida... Nada fácil! Receber em dia é o mínimo de respeito que qualquer atleta deve ter.

Por outro lado, assim como Arouca ajudou a proporcionar grandes momentos à história Santista, o Peixe tem muito "Obrigado" a receber do jogador: por ter acreditado em seu potencial na época da contratação e da renovação, por permitir a sua volta por cima e por acolhe-lo de forma tão gentil, que permitiu que fosse considerado "Ídolo" com direito a imagem grafitada no CT Rei Pelé.

Santos FC tem que entender Arouca, e Arouca tem que entender a situação critica do Alvinegro, que, diga-se de passagem, é normal no cenário do futebol Brasileiro (não só do Futebol), infelizmente. Um se colocar no corpo do outro. A diplomacia é o melhor caminho. Propiciar um clima desconfortável entre Arouca e o clube pode manchar o belo carinho existente entre ambos.

Ainda assim, não mudo meu respeito pelo volante. Por que entendo um, e entendo o outro. Sem rancor e mágoas. Nunca desmerecerei a competência de uma pessoa e sua batalha do dia-dia. Nunca desmerecerei o amor ao meu time, mesmo em crise.

Obrigado, Arouca! Por tudo! Por mim, você saí pela porta da frente. Boa sorte!